quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Administradores e Remadores

UMA FABULA DA DIFICIL ARTE DE ORGANIZAR O TRABALHO - Como caminha a sua empresa?
Por Douglas Lugano

Usei esse texto em 2008 como texto base de uma das minhas palestras em uma pequena empresa na cidade de São Paulo. Para minha surpresa, em setembro deste ano, recebi um email do atual diretor comercial que naquele ano era simplesmente e ninguém mais, como ninguém menos que o menino que trocava o galão de agua. Sim! Ele era apenas o mensageiro da empresa e, como tal, bom conhecedor de todos os setores sabia perfeitamente onde estava o problema de cada um, só que não era levado a serio pelos outros empregados acima na hierarquia. O conteudo do email é um agradecimento pela palestra daquele ano. "Guardei o texto, fixei-o no nosso mural, demorou, mas hoje estamos no caminho certo!"

Espero que também possa ajudar você! O texto não é de minha autoria, é de uma famosa revista de circulação nacional. Use na sua empresa, no seu grupo, coloque em pratica também na sua vida.

"No ano de 2006, houve, nos arredores de Osaka, uma competição entre as equipes de remo do Brasil e do Japão. Logo no início da competição a equipe japonesa começou a se distanciar e completou o percurso rapidamente. A equipe brasileira só conseguiu chegar a meta uma hora depois.

De volta ao Brasil, o comitê executivo reuniu-se para avaliar as causas de tão desastroso e imprevisto resultado. Uma cuidadosa avaliação apontou para uma diferença fundamental entre os times: a equipe japonesa era formada por um chefe de equipe e dez remadores enquanto que a equipe brasileira era formada por um remador e dez chefes de equipe. A decisão passou para a esfera do planejamento estratégico, com o objetivo de realizar uma profunda revisão da estrutura organizacional para o ano seguinte

Em 2007, logo após a largada da competição, a equipe japonesa tomou novamente a frente e distanciou-se. Desta vez, a equipe brasileira chegou duas horas depois do que os japoneses à sua meta.

De volta ao Brasil, o comitê reuniu-se novamente para avaliar as causas do novo fracasso. A análise mostrou os seguintes resultados: a equipe japonesa continuava com um chefe de equipe e dez remadores, enquanto a equipe brasileira, contava com um chefe de equipe, dois assessores, sete chefes de departamento e um remador. A conclusão do comitê foi unânime: O remador é incompetente !!!

Na prova de 2008, o departamento de engenharia pôs em prática um plano destinado a melhorar a produtividade da equipe, com a introdução de mudanças práticas no benchmarking das melhores práticas gerenciais. Tais inovações produziram aumentos significativos de eficiência e eficácia. Com o rightsizing, a reengineering e a value chain analysis, os brasileiros com certeza conseguiriam um turnaround e venceriam os japoneses.

Porém, chegado o dia da competição, o resultado foi novamente catastrófico e, desta vez, a equipe brasileira chegou a meta três horas depois dos japoneses.

Novos estudos, reuniões e relatórios. A análise revelou: mantendo a tradição, a equipe japonesa era formada por um chefe de equipe e dez remadores. A equipe brasileira, por sua vez, utilizou uma formação vanguardista, integrada por um chefe de equipe, dois auditores de qualidade total, um assessor especializado em empowerment, um process owner, um analista de O&M, um engenheiro de navegação, um controller, um chefe de departamento, um controlador de tempo e um remador.

Depois de vários dias de reunião e análisa da situação, o comitê decidiu finalmente demitir o remador. Decidiu também, contratar um novo remador, mas utilizando um contrato de prestação de serviço sem vínculo empregatício. Evitar-se-ia, dessa forma, a nefasta influência do sindicato dos remadores, responsável pela baixa produtividade e o baixo comprometimento dos recursos humanos com os objetivos organizacionais. A competição de 2009, certamente confirmará o acerto das decisões""


Nenhum comentário:

Postar um comentário