quarta-feira, 23 de julho de 2014

ELO - NOSSO LADO SOCIAL

NÃO BASTA QUERER SER BOM, TEM QUE TER A BONDADE DENTRO DE NÓS!
Por Fernanda Di Salvi
Paulinia, SP


Quando falamos de Douglas Lugano, e seus trabalhos, mal sabemos de seus trabalhos com as familias das crianças com cancer. Ele mesmo parece não divulgar seus trabalhos, porque segundo ele, "não é algo que se deva gritar aos quatro cantos do mundo, mas algo que tem que vir do coração e ser feito com a mais pura das vontades" Mas nós conseguimos falar com algumas pessoas que nos contaram um pouco dessa rotina fora da cozinha, fora da igreja e até mesmo, fora da familia. O que é "um desafio pessoal" pra ele, pode ser um exemplo pra cada um de nós... Segue alguns comentários e depoimento de algumas pessoas que se dedicaram com ele, e se juntaram. Se você também viveu algum momento, experienciou algum fato, conta pra gente. 

TODOS PODEMOS SER ASSIM, POR QUE NÃO FAZER O MESMO?...(Douglas Lugano)

"Em novembro de 2008 Douglas foi chamado por uma família da cidade de São Paulo, a filha do casal estava internada em um hospital no centro da cidade.
Na noite anterior lembro-me que fomos a um shopping na Avenida Paulista a procura de um presente adequado para ela. Foi até engraçado porque rodamos todo o Shopping com a nossa “mala de viagem” e todo mundo nos olhava. Será que eles pensavam que éramos sacoleiros da 25”? Visivelmente ele estava muito ansioso, mas ao mesmo tempo feliz e não se importava com aqueles olhares. Deixei-o com um amigo que ele encontrou por lá, pois eu estava atrasado para um compromisso com minha mãe. No dia seguinte, quando chegamos ao hospital que ele já conhecia, ele já estava até mais tranqüilo. Subimos ao quarto e ele entrou com um lindo arranjo de flores. Eram rosas "cor - de - rosa" de um tom bem clarinho. Ele ficou mais de uma hora com ela conversando e os dois riam o tempo todo. Ela ficou muito feliz, dava pra ver a emoção nos olhos dos dois. O Douglas é muito chorão, chora com muita facilidade. Quando nos despedimos dela e de todos da família que estava ali registrando aquele momento, ele já estava segurando para não chorar, e fez quando entramos no elevador, aí não teve jeito, nada que meu ombro não ajudasse naquele instante. Choramos de soluçar, sim nós dois. É uma pena que aquela moça tão linda não tenha resistido ao tratamento e faleceu poucas semanas depois.
O Douglas não é um cara famoso ou uma celebridade, mas ele se tornou um cara popular, muito querido entre todos nós, daqueles que torna o ambiente agradável quando se está com ele, um cara carismático, com uma essência que conquista e quebra qualquer protocolo. Isso faz muita gente se apaixonar pelo o que ele faz e pelo o que ele é. Assim como eu sou apaixonado pelo trabalho dele. (Alessandro Moreira, amigo, - Ator, SP)

Ele queria muito me ajudar e de tanto insistir dei uma missão no Natal de 2008: Arrecadar entre os amigos dele, apenas 50 panetones, pois era uma coisa fácil de se fazer. Ele me apareceu aqui com uma van com mais de “50 caixas”, daquela com 24 panetones em cada uma. O que eu faria com tantos panetones? No ano seguinte ele apareceu com o dobro e isso se repetiu ainda em 2010. Eu já dizia que ele era o louco maior, mas a mais louca era eu por duvidar dele. Além das famílias das crianças da ala, doamos pra 14 comunidades e ainda sobrou. Morro de saudade daquele sorriso tímido, daquele olhar que brilha, daqueles olhos verdes cheio de mistério. Mais saudade eu tenho é daquele sorrisão feliz. (Sandra Galvano – Diretora HF)

Lembro daquele moço loiro entrando na minha casa e achei que fosse o Gugu. (Leonardo Freitas – Paulínia/SP)

Não mude nada em você Douglas, exatamente nada, você é incrível! (Meirielen Teixeira, chef de cozinha, Vila Velha/ES)

Meu guri mais que querido! (André Pires, empresário e amigo, Jaraguá do Sul/SC)

Bom, falar desse cara é um tanto quanto complicado e ao mesmo tempo me deixa muito feliz porque sei que o bem que ele faz as outras pessoas reflete em sua alma. E isso transparece, chega até nós...
Quando o conheci a 3 anos ou mais, fui percebendo aos poucos a pessoa que ele é: humilde e de bom coração. Sempre está disposto a ajudar qualquer pessoa que esteja passando por qualquer problema, independentemente de sua classe social, raça, cor, credo, opção sexual. 
Houve um caso que passei com ele, que acho que ele nunca vai me perdoar, mas... bom, um conhecido meu sofria de uma doença rara e eu cheguei a comentar sobre isso com o Douglas que imediatamente já quis saber mais sobre a doença, sobre ele, onde morava... O tempo passou e ele veio a falecer sem que o Douglas tivesse a chance de conhecê-lo e, diante de todos os tumultos, eu esqueci de avisá-lo. Quando soube, ele ficou muito bravo e muito sentido, principalmente, como se conhecesse o garoto, como se essa pessoa fizesse parte da sua família. E foi nesse momento que eu parei e percebi quem é o verdadeiro Douglas. Não apenas aquele que todos vêem, um rapaz que faz coisas boas pelas pessoas, mas o Douglas humano, de coração puro e alma bondosa! Ele é um exemplo e sei também que muitas pessoas vêem pelo menos um pingo de esperança através dele e nas coisas boas que ele faz, seja arrecadação de roupas, alimentos ou até visitas para pessoas que estejam passando por alguma dificuldade... Ele é simplesmente um anjo! (Fernanda Di Salvi, Paulínia, SP)

Certas características de Douglas são tão obvias que são fáceis de passarem despercebidamente.
De certa forma o tipo de desempenho de passar para uma variedade de estilo diferente de ser fez com que o atraíssemos para nosso roteiro e fez com que ele acertasse naquelas filmagens para o grupo. É o que ele gosta. Inovar, criar! Demos o roteiro e ele nos superou, era sua maneira de atuar na vida e criar seu personagem, sua figura na nossa peça. (P. Nogueira - Uberaba/MG) (sobre a peça "Pare, deixa eu descer!")

Na verdade, Douglas tem uma base bem complicada de se entender. Se na vida você tem que seguir um mapa sem poder ver pra onde está indo, o Douglas fez um ótimo trabalho decifrando esse mapa e, de fato, regeu tudo sozinho.
Todos os seus trabalhos foram feito da maneira como você vê, às claras! Nada foi omitido ou escondido. Na “Casa Pinheiro” ele mostrou de tudo e fez tudo ao vivo, ali na nossa cara. Fazia, refazia e tornava a fazer quantas vezes fossem necessárias, até que aprendêssemos. Foi ali que eu senti que ele tinha uma quantidade certa de sentimentos e precisão, que era uma mistura muito proveniente para o que a gente precisava.
Sabe, pra isso, tudo tem de estar certo, mas também tem de ter a dosagem certa de sentimento e sensibilidade. Assim ele fez, refez e fez novamente até sentir que ele próprio não estava errando.
Ele é muito detalhista. Os trabalhos dele, assim como textos que ele escreve, os vídeos que ele idealizou pra nós, essas imagens, essas fotos, não são fáceis de decodificar. Há muitas coisas acontecendo nele e não necessariamente fazem sentido quando estão todas juntas. Mas eu acho que, emocionalmente o trabalho dele faz um enorme sentido e pode ser fácil de interpretar se comparado ao próprio projeto de maneira um tanto exagerada, como no vídeo do menino Tato, por exemplo, a narração, o texto, emociona!
Já no roteiro de “Prelúdio” há um sentido equilibrado, um tipo de força, de emoção incrível na maneira como ele representa tudo.
Um desejo em poder ser quem você é realmente. Acho possível ler estes trabalhos como uma luta pessoal. Mas parece com uma sensação de alguma maneira não poder ser quem você é e estar num espaço muito grande, muito visível e, mesmo assim estar sufocado. Não há elemento de expressão sobre o que ele esteja fazendo. A essência desse “curta metragem” - (Prelúdio) - vem disso. Aquela sensação de “Algo está errado aqui. Por que estou nesta situação? Por que isso está acontecendo comigo?” E, do ponto de vista de como a poesia da história se comunica de forma tão poderosa e emocional. Acho que são algumas dessas emoções que esses curtas trazem. Penso que foi isto que Douglas trouxe àquela forma de se expressar junto com a diversão e tudo o mais que há ali naquele trabalho. (Carol Lívia Mendes -Amiga e Editora - Revista Morumbi)

A melhor pessoa que eu conheci. Em todos os aspectos. Incomparável. Tem um coração sem tamanho. Amo de verdade (Jhonathan Severo, DJ)

Engraçado, divertido. (Ada/ make-up/SP)

Batalhador, guerreiro, vencedor. Muito orgulho de te-lo como amigo (Frank Coimbra - Cantagalo, RJ)

Percebi o quanto ele tem um amor imenso pelos amigos quando meu irmão ficou doente. No começo eu implicava com tamanha preocupação que ele dispensava: Ligava, perguntava, visitava quase que diariamente. Quando ele ligava pra minha mãe dizendo que ele viria ver o Ricardo ele aproveitava e trazia todo suprimento e remédio de que meu irmão precisava. Sem nunca aceitar reembolso.
Quando o Ricardo ficou nos seus últimos momentos, o Douglas ficou visivelmente péssimo. Já desenganado pelos médicos, mas ainda lúcido na cama, me emocionava quando eu o via sentado ao lado vigiando o sono do meu irmão e lendo qualquer porcaria ou contando piadas que meu irmão se engasgava de tanto rir. No dia seguinte, ele já bem cansado dormiu sentado numa cadeira, do lado meu irmão. Entrei no quarto e fiquei olhando a cena. Meu irmão e seu corpo já consumido pela doença, que ainda resistiu ao tratamento por mais duas semanas. Foi então que reconheci esse amor, essa amizade invejável deles. Dias depois no velório, ele se segurou o tempo todo das 17 horas em que meu irmão ficou naquela capela no centro de São Paulo, até mesmo quando todos nós fomos embora pra descansar ele ficou ali velando o amigo, não saiu um minuto. Dias depois ele desapareceu e só voltou porque meu pai conseguiu o telefone dele e o chamou. Quando ele entrou na minha casa estava inconsolável, ao contrário de nós que estávamos todos já conformados. Sua voz não saia, ele não conseguia chorar e era visível que ele ainda estava em choque. Então minha mãe chamou pra ir ao quarto do Ricardo, ele se sentou como antes ao lado da cama como se vigiasse o sono do meu irmão e no silencio as lagrimas vieram. Eu nunca quis entender tudo aquilo, também não queria saber o que ligava os dois. Era amor demais um pelo outro, preocupação demais um pelo outro, amizade pura. Desde então eu nunca soube de alguém que tenha repetido o gesto. Era esse o brilho que tinha no Douglas (Lucia Abreu, amiga, SP)

Douglas teve uma crise de soluços tão feia que durou 5 dias e mesmo soluçando fez a apresentação do nosso projeto na empresa. Foi muito engraçado. (Carlos Oliveira, ex patrão, SJC)

O Douglas era tão ruim como juiz de futebol que em um jogo, o zagueiro sofreu uma falta na área e ele apitou dando penalty. Só que fez a cobrança na outra área. Como assim? Começou então um alvoroço e como ele viu que havia cometido um erro feio, disfarçou, pegou um papel no bolso do uniforme e apontou dizendo que era regra nova. Lógico que os pais que estavam no alambrado não caíram nessa. Nosso time mesmo assim ganhou, mesmo ele tendo roubado o lance. (Rodrigo  – ex aluno – SJCampos)

Não existem muitas pessoas como ele. (Fabiana Bittencourt, amiga- SJC-SP)

Se eu pudesse dizer alguma coisa pra ele pessoalmente eu diria: “Sou teu fã!" (Camila - dançarina, SP)

Para mim o Douglas é uma pessoa incomparável, sem igual. Ele sempre teve um lado social voltado a quem precise, agitou campanhas de conscientização da importância da doação de medula óssea, contra o câncer; mas foi quando ele conheceu um garotinho na cidade de São Paulo que ele se tornou um novo Douglas e não é porque o garoto era torcedor do São Paulo (SPFC), mas eu nunca vi uma mudança tão significativa assim nele.
Muito antes disso tudo ele já era bem centrado nesse jeito de fazer um trabalho social, mas este em particular mudou a vida dele por completo. A perda desse garoto mexeu muito com ele. Não saia mais de casa com os amigos. Era de São José dos Campos a São Paulo apenas por causa dos compromissos. Um tempo depois ele foi a vez dele lutar e ele venceu praticamente sozinho toda a situação. Uma pausa na seriedade pra um fato engraçado que ninguém sabe, mas ele ficou 4 horas na escadaria de uma igreja na Lapa/SP (ele vai me matar quando ler isso) esperando um amigo que era lutador de vale tudo, só pra entregar um quadro que ele havia feito. Combinaram de tomar café ali perto mas esse amigo não apareceu. Ele tinha saído ainda de madrugada, 05h da manhã da casa da irmã que morava no outro lado da cidade. Mesmo assim não perdeu o bom humor e, pelo que sei, são melhores amigos. Ele me contou isso no almoço naquele dia (rsss)
Em outras situações ele saía de tarde pra suas visitas no HC e voltava só à noite. Ele ia visitar a criançada com a gente e andava por toda cidade sem se preocupar com qualquer violência. Ali era o mundo dele. Essas visitas alimentavam a motivação pra ele, eu acho, e era dessas situações que ele obtera inspiração para alavancar nossas campanhas. Te amo Doug. (Denise Salaro - empresária - SP)



(Continua - mas só se você colaborar!)

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